terça-feira, 24 de novembro de 2015

Unidade 9 - Cap. 1 - Novos tempo em Roma


Roma: uma potência imperial

O início do Império Romano coincide com a Pax Romana. O primeiro imperador romano foi Otávio Augusto e ele governou de 27 a. C. a 14 d. C. A Pax Romana, por sua vez, foi muito maior e perdurou ao longo do século I e atingiu seu ápice no século II. Esse período foi denominado desse modo porque as guerras de conquista chegavam ao fim e não havia possibilidade de revoltas internas ou forças estrangeiras que ameaçassem o Império Romano.
Quando a conquista estava garantida nas outras regiões os romanos levaram não apenas a sua cultura, mas também a sua língua e suas instituições. Lembrem-se que o latim, utilizado para a comunicação e a escrita dos romanos foi espalhado para todas as regiões. Aliás, o latim e as línguas locais sob domínio romano deram origem ao português, ao espanhol, ao francês, dentre outras línguas. Os romanos desenvolveram também o Direito e ao longo do tempo, ele passou por diversas adaptações. O latim e o Direito foram apenas duas das principais contribuições culturais dos romanos para o nosso mundo atualmente.

De que forma foi feita a expansão romana? O Império Romano foi formado a partir de muitas guerras. Estabelecido o domínio romano as propriedades agrícolas passavam a utilizar a mão de obra escrava. Roma cobrava impostos pelos produtos produzidos e isto criava uma fonte de dinheiro para o Império a partir da produção e do comércio desses produtos. Estes recursos eram utilizados para pagar funcionários que administravam o império e para formar o exército para se defender e garantir a posse sobre os domínios.
No entanto, a expansão romana atingiu seu limite máximo e neste momento, começaram a aparecer sinais que indicavam para uma crise no império. Com o fim da expansão, as lavouras não recebiam mais novos escravos. Com a diminuição do número de pessoas no campo, a produção agrícola foi reduzida e por causa disso, a arrecadação dos tributos cobrados por Roma também sofreu redução porque havia menos produtos disponíveis.
Por causa da menor arrecadação, o imperador romano Caracala estabeleceu em 212, o Edito de Caracala ampliou a cidadania romana para todos os homens livres que vivessem nos domínios do Império para aumentar a arrecadação, porque alguns impostos eram pagos apenas por cidadãos romanos. Pouco tempo depois, o Império entrou em um período muito conturbado de anarquia militar por causa da falta de pagamentos aos exércitos ao mesmo tempo que os persas tomaram províncias romanas orientais. O conflito com os persas foi longo e desgastante, fato que exigiu o deslocamento de forças romanas para o oriente do Império, acontecimento que facilitou a entrada de povos germânicos pelo leste e norte dos domínios romanos em busca de terras férteis.  
Para tentar solucionar a situação da entrada dos povos germânicos, da crise econômica, no Exército e na produção, os imperadores romanos apostaram na conciliação, no final do século III, alguns grupos germânicos foram autorizados a se fixarem no interior do império desde que pagassem impostos, servissem o exército e cultivassem as terras. Dessa relação com a terra surgiu o colonato que seria uma característica da História Medieval. Alguns grupos germânicos serviam nas terras de grandes proprietários sob esta nova forma de trabalho que estabelecia a concessão de parte das terras para os germanos para se estabelecerem e retirar o próprio sustento. Em troca, deveriam trabalhar também nas terras do proprietário e entregar parte do que eles mesmo haviam produzido. Essas pessoas não podiam deixar as terras, assim como não poderiam ser expulsas e não eram escravos.
Além disso, não podemos esquecer que o surgimento do cristianismo e o Império Romano são da mesma época. O cristianismo era uma religião que questionava o poder do próprio imperador romano por defender que o imperador não era um deus e, por isso, não deveria ser cultuado, e a religião de Roma deveria ser monoteísta e não politeísta. Tais ideias desencadeou a forte perseguição aos cristãos, fato que criou mais um problema para o império.
Contudo, no ano de 313 d.C. o imperador Constantino concedeu liberdade religiosa aos cristãos quando assinou o Edito de Milão. Com isso, a perseguição aos cristãos chegou ao fim e parar de persegui-los era menos um problema para o imperador romano e a partir desse momento, quando cada pessoa poderia adotar a religião que quisesse. Além de assinar esse documento, Constantino incentivou o comércio na parte oriental do império, principalmente, na região da cidade de Constantinopla, para tentar resolver os problemas econômicos do império.
Em 395 d. C, o imperador Teodósio foi mais longe do que Constantino com relação à religião. Ele mesmo se converteu ao cristianismo e, com isso, todo o Império passou a praticar a religião cristã e a antiga religião politeísta foi proibida. O Império Romano passou a ter uma religião oficial. Além disso, Teodósio dividiu novamente o império em Império Romano Ocidental com capital em Roma e Império Romano Oriental, com capital em Constantinopla.
No início do século V, em por causa do ataque dos hunos aos grupos germânicos que viviam próximos ao império provocou a forte entrada desse grupo nos domínios romanos, acontecimento que atraiu os hunos para o interior do império. Essa movimentação de hunos e germânicos no interior do território imperial provocou as grandes invasões bárbaras que, por sua vez, provocaram a quebra do Império Romano do Ocidente em vários reinos (Vejam o mapa da 223)
Em 476 d.C, (século V) o imperador Rômulo Augusto foi deposto (retirado do poder) por um dos povos germânicos que ameaçavam o império: o povo hérulo.Chegava ao fim o Império Romano do Ocidente.

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Cronologia
313 d.C.: Constantino concedeu liberdade religiosa aos cristãos quando assinou o Édito de Milão
369 a 395 d.C Teodósio: conversão para o cristianismo. A nova religião se torna a religião oficial de todo o Império.
Divisão do império em Império Romano Ocidental com capital em Roma e Império Romano Oriental, com capital em Constantinopla.

476 d.C.: fim do Império Romano Ocidental.